sábado, 15 de maio de 2010

Questionário sobre hábitos de leitura

Vi este questionário num weblog dedicado à literatura fantástica e achei que responder a estas perguntas podia ser divertido.

Petis­cas enquanto lês? Se sim, qual é o teu petisco favo­rito?
Na generalidade, não como nada enquanto leio, mas quando era miúdo lia muito enquanto comia. Os meus pais nunca me proibiram de ler à mesa e ao almoço e ao jantar tinha sempre um livro, ou vários, ao lado do prato.

Qual é a tua bebida pre­fe­rida enquanto lês?
Café, claro. Bastante! Sem açúcar.

Cos­tu­mas fazer ano­ta­ções enquanto lês, ou a ideia de escre­ver em livros horroriza-​te?
Sublinho o texto sempre que encontro passagens que me interessam e escrevo comentários e observações nas margens. Às vezes, faço desenhos.

Como é que mar­cas o local onde ficaste na lei­tura? Um mar­ca­dor de livros? Dobras o canto da página? Dei­xas o livro aberto?
Marco a página em que interrompo a leitura com o que tiver à mão nesse momento. Normalmente, quando pouso o livro com o objectivo de retomar a leitura daí a pouco tempo, uso um marcador ou a lapiseira com a qual sublinho o texto. Se for para marcar páginas que contenham passagens que quero consultar num futuro próximo uso post-its com anotações específicas, pedaços diversos de papel que tenha nos bolsos ou então dobro os cantinhos das páginas: uma dobra muito pequena que resulta sempre num triângulo perfeito.

Fic­ção, não-​ficção, ou ambos?
Normalmente, leio mais livros de não-ficção. Mas não tenho preferência. Leio tudo.

És do tipo de pes­soa que lê até ao final do capí­tulo, ou páras em qual­quer sítio?
Tento parar no final da frase que me encontre a ler, mas não sou esquisito.

És lei­tor para ati­rar um livro para o outro lado da sala ou para o chão quando o autor te irrita?
Não. Acho que isso seria como dar um pontapé a um cão.

Se te depa­ra­res com uma pala­vra des­co­nhe­cida, páras e vais pro­cu­rar o seu sig­ni­fi­cado?
Claro. Assim é que se aprende e se ganha bagagem cultural. Se estivesse a ler para ficar na mesma, mais valia ir cavar batatas.

O que é que estás a ler actu­al­mente?
Muita coisa ao mesmo tempo. Um dos últimos livros que acabei de ler foi o Our Posthuman Future: Consequences of the Biotechnology Revolution do Francis Fukuyama.

Qual foi o último livro que com­praste?
Acho que foi esse que acabei de referir.

Lês só um livro de cada vez, ou con­se­gues ler mais que um ao mesmo tempo?
Leio vários ao mesmo tempo, por razões diferentes. Alguns porque são materiais de pesquisa para escrever os meus romances e outros porque os temas me despertam uma curiosidade muito especial. Mas, para ser sincero, acho que me interesso por quase tudo. Um escritor tem de ser uma pessoa erudita, não lhe basta ser inteligente.

Tens um lugar/​altura do dia pre­fe­rido para ler?
Não. Leio em todo o lado. Não gosto muito de ler na cama, todavia, porque como tenho muita dificuldade em adormecer, prefiro ir deitar-me só quando estou a cair para o lado com sono e a leitura não me dá sono nenhum. Pelo contrário.

Pre­fe­res livros incluí­dos em séries ou inde­pen­den­tes?
Acho que prefiro os independentes. Não tenho paciência para sagas, porque não me posso dar ao luxo de demorar muito tempo a ler só sobre um universo em particular.

Existe algum livro ou autor espe­cí­fico que este­jas sem­pre a reco­men­dar?

Alguns, alguns. The Third Policeman do Flann O'Brien, por exemplo. O Darconville's Cat do Alexander Theroux, também. O New Grub Street do George Gissing devia ser leitura obrigatória para todos os candidatos a escritores e suas famílias. Aconselho sempre os livros do Léon Bloy que, mais que o Lovecraft, escreveu algo que encerra na perfeição aquilo que o horror é e deve transmitir ao leitor: «O meu amor por ti tem tenazes de caranguejo!» Melhor definição sobre o que é o horror não há.

Como é que orga­ni­zas os teus livros?
Nesta altura do campeonato, organizo-os onde tenho espaço disponível. Já perdi a esperança de ter uma biblioteca organizada por autores, géneros, etc. Tenho uma vaga estrutura baseada em temas, mas é impossível mantê-la, porque a biblioteca é uma coisa viva. E ainda bem!