segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sobre o vazio: hoje como ontem

Nem todos os cavalos do rei, nem todos os peões do rei,
foram capazes de partir este Humpty Dumpty.


Os leitores mais versados em história, principalmente em história da ciência, estarão com certeza familiarizados com a célebre experiência que o fabuloso físico Otto von Guericke realizou, em meados do século XVII (1650). Este cientista alemão desenvolveu uma bomba de sucção que lhe permitia extirpar o ar de dentro de qualquer recipiente fechado, de maneira a permitir-lhe estudar as propriedades misteriosas do vácuo. Esta palavra provém do nome latino vacuu, que significa vazio.

A revolucionária experiência consistiu no seguinte: Guericke uniu dois hemisférios de cobre, com cerca de cinquenta centímetros de diâmetro (os famosos Hemisférios de Madgeburgo, cidade em que o físico nasceu), e usou a sua bomba para sugar todo o ar contido dentro dessa recém-criada esfera. De imediato, usou uma parelha de dezasseis cavalos (oito para cada hemisfério) que, puxando com vigor em direcções opostas, não foram capazes de separar as duas metades da esfera. Treze anos mais tarde, na corte de Friedrich Wilhelm I, duque da Prússia, Guericke repetiu a experiência, usando uma parelha de vinte e quatro cavalos, e, novamente, mostrou a força imensa do vazio.

Tudo isto se passou no século XVII.
Período tão distante da realidade contemporânea.
Mas creiam que ainda hoje - ainda hoje nos nossos dias - o vazio tem uma força tremenda.