quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Um desmentido

Escrevo este desmentido em relação a algo que me foi dado a conhecer hoje.

Um dos meus amigos escritores, pertencente ao meio do Fantástico português, enviou-me por email uma ligação para uma resenha ao evento Fórum Fantástico 2013, escrita por um leitor, na qual é descrito que

«Das sessões a que fui, achei todas muito boas, em particular as Conversas de Horror, com David Soares, António Monteiro, Pedro Santasmarinas e José Pedro Lopes. O escritor, o académico e os realizadores, reunidos numa conversa semi-informal, marcada pelo tom algo agressivo do David Soares, que não esteve nos seus melhores momentos de argumentação, mas que teve também momentos bastante interessantes, como quando falou da diferença entre horror (nojo, repulsa) e o terror (no sentido de ficar assustado), num diálogo bastante interessante com António Monteiro» [sublinhado meu].

O meu amigo que me enviou esta ligação não esteve presente no Fórum Fantástico 2013, não assistiu à mesa-redonda Conversas de Horror e, como tal, perguntou-me, com espanto, que espécie de «tom algo agressivo» é que eu exibi durante o debate e qual a razão para que isso tivesse acontecido. Na resposta que lhe enviei, manifestei a minha completa estupefacção diante deste relato, que em nada corresponde à realidade: pelo contrário, se algo marcou as Conversas de Horror não foi um fictício «tom algo agressivo» que este leitor inventou para me atribuir, mas sim os aplausos espontâneos e entusiasmados de toda a assistência no final de uma das minhas intervenções sobre o tema do horror. Aplausos que dificilmente se explicariam no caso de, como inventou o leitor, eu não ter estado nos meus «melhores momentos de argumentação».

Por conseguinte, o desmentido que aqui publico tem como objectivo perspectivar de modo correcto os acontecimentos:

1) não existiu nenhum «tom algo agressivo» da minha parte durante a mesa-redonda Conversas de Horror no Fórum Fantástico 2013;

2) é falso que eu não tenha estado nos meus melhores momentos de argumentação, porque tive a surpresa e a satisfação de ter sido aplaudido de modo espontâneo por toda a assistência (menos o leitor que escreveu a supramencionada resenha do evento, provavelmente);

3) os participantes no debate ficaram em animada conversa informal uns com os outros (sobre livros e filmes) depois da mesa-redonda ter terminado, o que, só por si, deveria servir para afastar fantasmas (estamos a falar de horror, afinal de contas...) de tons algo agressivos e quejandos durante o debate.

De maneira geral, não dou importância ao que se escreve na Internet, mas achei que valia a pena publicar este desmentido, porque, com efeito, a distância que vai desta resenha à realidade é tão grande que se houvesse um vampiro em cada uma não se ouviriam berrar um ao outro. Em suma: a informação descrita na resenha é falsa e aproxima-se perigosamente do assassínio de carácter, porque quem não esteve presente no evento poderá ficar com uma ideia errada sobre a minha conduta no mesmo. 
Nesse sentido, apelo a quem possa ter filmado o evento na íntegra que entre em contacto comigo para que eu possa divulgar esse registo e demonstrar que tudo o que aqui escrevo é verdade. O meu endereço de email encontra-se na coluna do lado direito deste weblog. Obrigado.