segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Jim Henson, a biografia


Editada no ano passado, a primeira biografia de Jim Henson, extraordinário criador de Os Marretas, entre outras personagens memoráveis que ocupam um lugar muito especial nas vidas de quem cresceu a vê-las na televisão. Escrita por Brian Jay Jones, biógrafo de Washington Irving, outra mente irrequieta cuja obra continua a reverberar nas constantes adaptações que dela fazem, escreveu um livro espantoso que nos recorda que indivíduos excepcionais como Jim Henson são raríssimos e preciosos. Henson é um dos meus heróis pessoais e, sobre a sua obra, tive oportunidade de, recentemente, dizer o seguinte:
Além disso, o universo do Jim Henson influenciou-me muito, também, quando eu era criança e adolescente, porque mostrava monstros a conviver com pessoas: os monstros eram loquazes, mas também tinham comportamentos animalescos. A mistura da eloquência do humano com a irracionalidade do monstro foi muito importante para mim. Também me estimulava muito a ideia de que, ao mesmo tempo que havia um universo oculto sob a casca do banal, como em «O Mundo dos Fraggles», em que havia, pelo menos, dois mundos escondidos, o dos Fraggles e o dos Ogres, a convivência do humano com o monstruoso era um dado adquirido, como em «Os Marretas». Mais tarde, passou na televisão a série «The Storyteller», que me emocionou muito – ainda hoje me desperta muitas emoções. Sempre achei que o universo do Jim Henson era, de certa maneira, muito perverso, muito subversivo. Não era um universo moralista: as personagens tinham comportamentos caóticos, selvagens, comiam-se umas às outras, eram deformadas… É possível que, de um modo mais ou menos subconsciente, tente evocar nas minhas histórias a magia que eu sentia ao ver as criações do Jim Henson. De facto, sempre me senti atraído por universos muito palavrosos: gostava muito de monstros, mas queria muito saber o que é que eles tinham para dizer. Gostava de monstros com o dom da palavra.



Admiradores de Jim Henson, este é o livro de que todos estávamos à espera.